Publicado em 01.08.2010, às 15h04
Roberta Soares
Do Jornal do CommercioOs desafios da segurança pública no Grande Recife ainda são muitos. A redução de 13% no número de homicídios conquistada pelo governo do Estado é fato e merece total reconhecimento, mas estamos longe do dever cumprido. Muito longe. É preciso não só manter essa redução, mas principalmente ampliá-la. E muito. Para ficarmos dentro dos padrões aceitáveis da OMS, deveríamos ter 890 assassinatos por ano. Ainda matamos perto de 4 mil pessoas. Também é preciso que o sentimento de segurança chegue às ruas. Às casas, às pessoas. Seja na ida para o trabalho, cinema ou praia. E isso não acontece. Ainda está longe de acontecer.
Profissionais ouvidos pela coluna citam, também, a necessidade de retomar o controle sobre os presídios e investir na estrutura policial voltada para crianças e adolescentes, seja como vítimas ou infratores. Um complexo prisional está sendo construído no interior do Estado e o Aníbal Bruno passa por reforma, mas é tudo que temos. “Se não conseguimos controlar o presídio, imagine a criminalidade?”, alerta o pesquisador da UFPE e professor da Maurício de Nassau, José Maria Nóbrega. Números da Associação de Servidores do Sistema Prisional alertam: são 848 agentes penitenciários para 23 mil presos no Estado. Já o Cendhec aponta a necessidade de interiorizar as gerências de polícia da criança e do adolescente. “Nada foi feito. Mudamos o nome de Fundac para Funase, nada mais”, critica Valéria Nepomuceno.
» OS PROBLEMAS E A DOR DE UM PAI
É preciso avançar nos planos para o sistema prisional previstos no Pacto pela Vida. A meta era construir cinco penitenciárias, quatro presídios, um hospital de custódia e 15 delegacias. Veja mais desafios no vídeo:
“Meu filho virou mais um ponto na estatística. Seis meses depois, o adolescente que o matou estava solto, roubando. A lei é branda para os bárbaros.” Plínio Duque, pai de Igor, morto numa tentativa de assalto em 2009.
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