segunda-feira, 2 de agosto de 2010

Desafios da segurança pública no Grande Recife

Publicado em 01.08.2010, às 15h04

Roberta Soares
Do Jornal do Commercio
Os desafios da segurança pública no Grande Recife ainda são muitos. A redução de 13% no número de homicídios conquistada pelo governo do Estado é fato e merece total reconhecimento, mas estamos longe do dever cumprido. Muito longe. É preciso não só manter essa redução, mas principalmente ampliá-la. E muito. Para ficarmos dentro dos padrões aceitáveis da OMS, deveríamos ter 890 assassinatos por ano. Ainda matamos perto de 4 mil pessoas. Também é preciso que o sentimento de segurança chegue às ruas. Às casas, às pessoas. Seja na ida para o trabalho, cinema ou praia. E isso não acontece. Ainda está longe de acontecer.

Profissionais ouvidos pela coluna citam, também, a necessidade de retomar o controle sobre os presídios e investir na estrutura policial voltada para crianças e adolescentes, seja como vítimas ou infratores. Um complexo prisional está sendo construído no interior do Estado e o Aníbal Bruno passa por reforma, mas é tudo que temos. “Se não conseguimos controlar o presídio, imagine a criminalidade?”, alerta o pesquisador da UFPE e professor da Maurício de Nassau, José Maria Nóbrega. Números da Associação de Servidores do Sistema Prisional alertam: são 848 agentes penitenciários para 23 mil presos no Estado. Já o Cendhec aponta a necessidade de interiorizar as gerências de polícia da criança e do adolescente. “Nada foi feito. Mudamos o nome de Fundac para Funase, nada mais”, critica Valéria Nepomuceno.

» OS PROBLEMAS E A DOR DE UM PAI
É preciso avançar nos planos para o sistema prisional previstos no Pacto pela Vida. A meta era construir cinco penitenciárias, quatro presídios, um hospital de custódia e 15 delegacias. Veja mais desafios no vídeo:
“Meu filho virou mais um ponto na estatística. Seis meses depois, o adolescente que o matou estava solto, roubando. A lei é branda para os bárbaros.” Plínio Duque, pai de Igor, morto numa tentativa de assalto em 2009.

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